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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O hacker que mostrou que podia acabar com a farsa

Trinta e nove anos, jornalista e ciberativista australiano. É um dos nove membros do conselho consultivo do Wikileaks, um wiki de denúncias e vazamento de informações. Estudou matemática e física, foi programador e hacker, antes de se tornarporta-voz e editor chefe do Wikileaks. Sim, esse é o mais novo procurado da polícia americana, acusado de abuso sexual em seu país de origem, a Suécia e está a procura de um país que o “apadrinhe”.
Que tragetória ele já teve com pouco anos de vida, não? Mas é isso mesmo que o “hacker” Julian Assange já fez por toda sua vida. O seu site, o WikiLeaks divulgou cerca de 250 mil documentos diplomáticos confidenciais I do Departamento de Estado dos Estados Unidos. Os documentos revelam, por exemplo, como o governo dos EUA deu instruções a seus diplomatas para que atuassem como espiões e recolhessem informações sobre líderes políticos e nas Nações Unidas. Como sempre, as informações foram repassadas a cinco grandes jornais do mundo, dentre os quais,The New York TimesLe MondeThe Guardian. Dois dias depois, em 30 de novembro, a Interpol distribuiu em 188 países, uma Inotificação vermelha, isto é, um chamado àqueles que souberem do paradeiro de Assange, para que entrem em contato com a polícia. O advogado de Assange, Mark Stephens, declarou ser “muito incomum” que se emita uma notificação vermelha em casos semelhantes ao do seu cliente. Stephens observou também que o promotor sueco pediu que Assange seja detido sem acesso a advogados, a visitantes ou a outros presos. No mesmo dia, Spiegel Online noticiou que um grupo de antigos companheiros de Assange, que discorda da sua orientação e do seu estilo supostamente autocrático, teria planos de lançar outra organização, semelhante à WikiLeaks, ainda em dezembro.
Um dos dados que Assange publicou em seu site foi o modo que o Governo dos Estados Unidos dava ordens aos seus diplomatas para se infiltrarem em lugares estratégicos para colherem informações sobre os líderes políticos e até da própria ONU.
Em 1º de dezembro, WikiLeaks anunciou que a Amazon.com o expulsara dos seus servidores. O site era hospedado pela Amazon desde que começaram os ataques contra seu hospedeiro sueco, Bahnhof, em 28 de novembro, tornando o acesso instável. Quando, no dia 1º, os servidores da Amazon pararam de responder aos pedidos de acesso, WikiLeaks ficou indisponível durante várias horas. O senador americano Joe Lieberman informou que a decisão da Amazon atendia a pedidos de membros do Congresso americano.
Mas vamos entender melhor: o projeto WikiLeaks foi mantido em segredo até Janeiro de 2007, altura em que Steven Aftergood, editor do Secrecy News veio a público apresentar o site. Entre os organizadores contam-se dissidentes do governo Chinês. Os organizadores afirmam que o WikiLeaks constitui uma entidade auto-regulada, citando: “Wikileaks irá providenciar um fórum onde a comunidade global poderá examinar qualquer documento testando a sua credibilidade, plausibilidade, veracidade ou falsidade.”
Em abril de 2010, o site publicou um vídeo mostrando um helicóptero Apache dos Estados Unidos, no contexto da ocupação do Iraque, matando pelo menos 12 pessoas, dentre as quais, dois jornalistas da agência de notícias Reuters – durante um ataque a Bagdá, em 2007. O vídeo (Collateral Murder) é uma das mais notáveis publicações do site. Outro documento polêmico mostrado pelo site é a cópia de um manual de instruções para tratamento de prisioneiros na prisão militar norte-americana de Guantánamo, em Cuba

Iraq War Logs (“Registros da Guerra do Iraque”) é uma coleção de 391.832 relatórios do Exército dos Estados Unidos sobre a Guerra do Iraque, abrangendo o período de 1º de janeiro de 2004 a 31 de dezembro de 2009, publicada no portal Wikileaks a 22 de outubro de 2010, em coordenação com vários meios de comunicação (The GuardianThe New York TimesLe MondeDer SpiegelAl Jazeera e o Bureau of Investigative Journalism), que dispunham previamente da documentação militar estadounidense e britânica. Segundo os relatórios, houve 109.032 mortes na guerra do Iraque, incluindo 66,081 (mais de 60%) civis, 23.984 inimigos (os chamados “insurgentes”), 15.196 membros das forças do governo iraquiano e 3.771 membros das forças da coalizão. Trata-se do maior vazamento na história militar dos Estados Unidos, superando o vazamento de documentos sobre a guerra do Afeganistão, publicados em julho de 2010. A invasão do Iraque ocorreu entre 20 de março e 1º de maio de 2003. A guerra terminou em 18 de agosto de 2010, com a retirada das últimas tropas de combate dos EUA – embora 50.000 militares permaneçam no Iraque como “conselheiros”, até o fim de 2011, para treinar as forças governamentais iraquianas e “proteger os interesses dos Estados Unidos”.
Em 29 de julho, Jacob Appelbaum, especialista em segurança de computadores e um dos voluntários da Wikileaks, foi detido no aeroporto de Newark e interrogado durante três horas, por agentes da inteligência do exército americano e funcionários do controle de imigração (ICE), a respeito de suas relações com a Wikileaks e com Julian Assange e sobre suas opiniões sobre as guerras no Iraque e no Afeganistão. Appelbaum, de 27 anos, trabalha para a Tor Projects, como desenvolvedor de softwares, retornava de uma viagem ao exterior. Seu laptop e seus três telefones celulares foram apreendidos. O laptop foi devolvido, depois de ter o seu conteúdo presumivelmente copiado. Appelbaum contou à imprensa que os agentes do ICE não permitiram que ele fosse assistido por um advogado, durante o interrogatório.
Recentemente publicado na Revista Veja, os documentos diplomáticos secretos dos EUA divulgados pelo site WikiLeaks e que vêm provocando situações embaraçosas para a Casa Branca desde o último domingo também envolvem o Brasil. Os arquivos revelam que as autoridades do país prenderam “vários indivíduos engajados em supostas atividades de financiamento do terrorismo”, mas basearam sua detenção em acusações diferentes para “não chamar a atenção da mídia e dos altos representantes governamentais”. As informações estão contidas em um relatório enviado pelo então embaixador da missão americana no Brasil, Clifford Sobel, às autoridades americanas em 8 de janeiro de 2008, sobre a política brasileira em relação ao combate ao terrorismo. No despacho, o embaixador afirma que o governo do Brasil é “um parceiro cooperativo” contra atividades terroristas, apesar de não gostar de tornar o assunto público. Segundo o documento, o Brasil colabora e inclusive “prende com frequência indivíduos ligados ao terrorismo”. Por outro lado, o despacho afirma que o tema é tratado com cuidado no país, em parte pelo “medo de estigmatizar a grande comunidade muçulmana no Brasil”, ou de “prejudicar a imagem da área como um destino turístico”. O texto afirma que a postura pública brasileira busca “evitar parecer com o que é visto como uma política agressiva dos EUA de guerra ao terrorismo”. O documento afirma que os mais altos órgãos do governo brasileiro, “particularmente o Ministério das Relações Exteriores”, são “extremamente sensíveis a quaisquer alegações de que terroristas tenham uma presença no país – seja para levantar fundos, arranjar logística ou mesmo transitar pelo território – e irão rejeitar vigorosamente quaisquer declarações” nesse sentido sobre o tema.
     Referencias: site cherryouth

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